sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A primeira convulsão a gente nunca esquece

Filho, você não fugiu a regra dos Nascimento e quase matou sua mãe e suas tias de susto no feriado de 15 de novembro de 2012. Nós fomos pro sítio aproveitar o feriado e comemorar o aniversário do Vovôveraldo e estava tudo bem; chegamos na quarta-feira, na quinta fomos pra piscina, brincamos, etc. Chegou a hora do seu cochilinho da manhã, você dormiu mais ou menos 1 horinha como de costume e quando acordou fui te pegar para almoçar e você estava fervendo de febre.
Te dei uma dose de Tylenol e tirei sua temperatura, 39 graus! Corri e te entreguei pra tia Carol te segurar, ela estava numa ressaca brava da noite anterior, mas mesmo assim alguma coisa me disse pra te entregar pra ela, mesmo a tia Fernanda estando por perto e sem ressaca. Fui encher a banheira pra ajudar a baixar a febre e neste meio tempo a tia Carol veio correndo da sala gritando pra abrir o chuveiro porque você estava convulsionando. Ela entrou embaixo do chuveiro de roupa e tudo com você no colo, e eu ajudando a te molhar, desesperada em te ver com espasmos, olhos virando e sem consciência. Ainda bem que meu instinto, intuição, anjo da guarda ou o que quer que seja me disse pra te entregar pra tia Carol, porque acho que nem eu nem a tia Fe teríamos sangue frio ou presença de espírito pra saber o que fazer quando você começou a convulsionar.
Pegamos o carro e fomos pra cidade, tia Carol dirigindo, eu rezando alto, a tia Fernanda me acalmando e antes de chegar na porteira você parou com os espasmos e começou a voltar a si, aí eu me acalmei pra não te assustar e fiquei falando, “mamãe ta aqui, ta tudo bem”.
Cruzamos com o vovô e a vovó no caminho e eles foram nos encontrar no Posto de Saúde – pois é, em São Paulo moramos em frente ao Hospital 9 de Julho e você tem uma convulsão no sítio, a quilômetros da cidade onde não tem nem hospital, só um posto de saúde com uma médica residente que parecia ter 15 anos e tinha as unhas pintadas com florzinhas! Rs...
Chegando no posto, eu entrei pela porta errada (entrada de ambulâncias) e subi um degrau quase da minha altura com você no colo – até hoje não sei como consegui fazer isso, tendo em vista meus vários anos de sedentarismo e notória moleza. Você tomou uma injeção de dipirona e duas enfermeiras te espetaram umas cinco vezes pra tentar conseguir um acesso para soro e acabaram conseguindo no seu pezinho, mas a médica não conseguiu ver sua garganta porque você não deixou.
Aos poucos você foi voltando ao seu normal, mas estava muito incomodado e não queria ficar quieto, só sossegou quando eu comecei a cantar nossas musiquinhas com você no meu colo, então a tia Fe foi até o sítio e buscou uma mamadeira de leite e outra de água de coco, que você tomou inteirinha. Ficamos no posto enquanto você tomava soro e depois voltamos pro sítio, onde você dormiu a tarde toda.
Depois que acordou, teve febre de novo e voltamos para o posto de saúde, onde você tomou outra injeção de dipirona e quando chorou a médica conseguiu ver sua garganta, que estava inflamada e era o que causava a febre. Entramos com antibiótico (você nunca tinha tomado nada antes) e você melhorou rapidinho, apesar de ter de acordar todo dia às 6 da manhã pra tomar o remédio e de passar a dormir na minha cama naquela semana checando sua temperatura de 10 em 10 minutos, como boa mãe de primeira viagem apavorada.

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