segunda-feira, 16 de julho de 2012

O Parto (ou melhor, A Luz)

O Parto (ou melhor, A Luz)

Minha gravidez foi tranquila, apesar dos pesares. Engordei  11 kg (não considero o inchaço de quase 3 kg dos últimos 3 dias antes do parto), tive um enjoo que parecida ressaca nos primeiros 3 meses e desejos de comer qualquer coisa de milho, canjica, bolo, suco, pamonha, curau, pipoca, milho cozido, parecia que estava gerando um galo, que o Lucas ia nascer cacarejando. Tive certeza de que era um menino assim que soube da gravidez, até sonhei com a carinha dele. E o João Pedro, meu sobrinho, escolheu o nome antes de termos certeza do sexo - ele disse que sabia que era um menino, que ia se chamar Lucas e que se fosse menina se chamaria "Burrica"... Lucas ficou, nada mais justo que o João escolhesse o nome do meu filho, sendo que eu que escolhi o nome do meu irmão, pai do João...


Eu queria de qualquer jeito um parto normal. Estava em negociação com o médico, que dizia que o bebê era muito grande (minha barriga estava imensa, todo mundo perguntava se eram gêmeos), mas afinal, fui “cadeiruda” a vida toda pra quê?

Porém, no último ultrassom, o médico verificou que o líquido amniótico estava muito baixo e que eu nem dava sinal de entrar em trabalho de parto, nada de dilatação e nem ao menos o tal do afinamento do colo do útero; se fosse esperar a natureza agir, ainda ia levar uns 10 dias pelo menos, e até lá haveria risco para o bebê com a diminuição do líquido... O médico me liberou do repouso e marcou a cesárea para dali a dois dias, no sábado 16/07 às 10am. Fiquei arrasada, saí do consultório aos prantos de tanta frustração – como assim, estava super preparada para um parto normal e ia ter que entrar na faca? Meu maior receio era a recuperação da cesárea, como ia cuidar de um bebê, levantar de madrugada cheia de pontos? Sem contar a decepção, sentia que estava falhando como mãe, que não me sentiria completa se não passasse por todo o processo, com as dores, contrações e tudo a que tinha direito.

Chequei em casa e andei a Paulista inteira, subi escada, desci escada, só faltei cair no samba pra ver se induzia o parto e nada. O Lucas lá, tranquilão, nem aí pra minha ansiedade. Nem dormi naquela noite, atenta a algum sinal de que estava entrando em trabalho de parto, mas nada. Frustração...

Ao longo do dia fui me acalmando e tomando consciência de que não ia rolar um PN e que o mais importante era a segurança do Lucas, não os meus anseios ou expectativas – afinal isso é o principal de ser mãe, não é? Dormi super bem, como há meses não dormia; acordei calma, serena e feliz porque finalmente veria a carinha do Lucas...

A espera da Luz
Tudo estava pronto (há semanas!), fomos para o Hospital São Camilo para fazer a internação às 07h30min. Apesar de ser inverno, o dia estava lindo, solão brilhando, céuzão azul sem uma nuvem sequer e vários ipês rosa floridíssimos no caminho para o hospital. Fomos todos para o hospital, pai, mãe, Fe, Carol, Nick e a Tia Sueli, que encontrou com a gente lá.

Procedimentos de praxe e a espera. A Fê entrou na sala de parto e foi a primeira da família a ver o Lucas. Eu estava grogue da anestesia, mas quando a enfermeira o mostrou pra mim foi como se tivesse baixado uma luz de consciência e lucidez, eu beijei seu rostinho e disse pra ele “Filho, você é muito bem-vindo, meu amado!”, caí no choro e depois caí no sono, não vi mais nada.

Não falei que ele era lindo?
Lucas nasceu dia 16 de julho de 2011, às 10h38m com 52 cm e 3, 950 kg, um meninão. Era o maior bebê do berçário e também o mais lindo – de verdade!

Voltei para o quarto, meu irmão já estava lá com o meu sobrinho João e foi todo mundo almoçar filé a parmegiana no Degas – e eu em jejum de mais de 12 horas pela anestesia, é só o que eu me lembro. Depois lembro que o Lucas foi pro quarto, pro meu colo, todo fofo, enroladinho e dorminhoco. Todo mundo falava que ele era lindo, e era mesmo, nem parecia recém nascido, parecia já ter 1 mês.

A enfermeira que não vale a pena ter o nome citado tentou fazer com que ele mamasse, sem sucesso e ainda me assustou dizendo que se ele não pegasse o peito ia ter que entrar na mamadeira (aquela #@$%¨&$). Lucas só mamou direito quando a enfermeira Alessandra ensinou a pega correta e deu ótimas dicas, com muita boa vontade, paciência e competência. Aí o moleque grudou no peito e mamou com gosto. Eu também era a própria vaca holandesa, com o peito explodindo de leite.

Tivemos várias visitas no hospital, a Milena com os meninos (o Gui queria pegar o Lucas no colo e quase derrubou o bercinho, rs), Roberta, Bete e Paulo, Tânia e Vicente, Rosana, Tia Martinha e Tio Mauricio, Neusa e Meirelles, Tia Sueli e Tio Paulo com a Bia, Dudu e Ângela, Tia Luca, Cris e Keli, Danila, a Pati Macedo.

Saímos do hospital na segunda-feira na hora do almoço, o Lucas foi todo bonitinho na cadeirinha olhando tudo no caminho. A Fê ficou até o final do mês e das férias dela pra ajudar, foi uma mão na roda.

Lucas foi um bebê muito tranqüilo, só chorava pra mamar, não teve cólica (graças a Deus!), enfim, uma benção. O João escolheu o nome perfeito pra ele - Lucas significa luz, iluminado, luminoso - ele é a luz da minha vida.



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